FIQUEM A VONTADE PARA CRITICAR.

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domingo, 15 de agosto de 2010

TV ao vivo


Sexta – feira, 13 de agosto de 2010, 22:00 horas, e eu, assim como milhares de brasileiros de volta para casa, utilizando o precário transporte público. È visível na reflexão dos olhos, muito medo, após uma semana de trabalho e muito estudo, o que todos nós mais queremos é chegar em casa, em segurança.
O ônibus é uma população, vai muito além de transportar pessoas de lado a outro, com um olhar mais apurado é visível uma diversificação de culturas e costumes. A maioria dos passageiros não escondem o cansaço, e buscam a forma mais confortável de tirar um cochilo, uns lêem, outros ouvem musica, outros ainda usam esse momento para conhecer gente nova. E la vamos nós de ponto em ponto, uns entram, outros saem, levando consigo uma grande mochila de medos, sorrisos, pessoas, sonhos; enfim, suas histórias de aventura, amor e terror.
Eu como típica jovem do interior na cidade grande não desgrudo os olhos da janela, forçando os olhos para que fiquem abertos, e as cenas dos filmes e os noticiários dos jornais agora são visto “ao vivo e a cores”, sim, vou deixando para trás muitos jovens que só essa altura da noite vão ganhar seu sustento, meninas bonitas, arrumadas que tem em suas mãos bolsas leves, que rodam sem direção, assim como suas vidas.
As idades dessas jovens? Cadê suas famílias? É a única opção? Será que voltam para casa?.Perguntas as quais não tenho resposta, mais ainda doe em mim aquela imagem, que teimam em ficar em minha memória.
Andando mais pouco engarrafamento, é as 23 horas engarrafamento, verdadeiro caos, até eu chegar no meu destino final,desço do ônibus que agora segue seu trajeto movimentando vidas. E as cenas não chegam ao fim, agora são crianças dormindo dentro de sacolas plásticas e em seus rostos uma inocência de quem, mesmo assim, não deixa de sonhar.
Foi muita coisa para uma noite só, e quando volto a fita em minha memória, me sinto um lixo de ser humano, por compactuar com esse sistema que exclui e segrega. Hoje estou aqui em casa, com uma cama confortável, um teto sobre a cabeça e um mundo a minha frente, e esses seres humanos que observei sexta - feira como será que estão? Até quando vão viver assim? Será que um dia suas vidas irão mudar? O que fazer para ajudar?. Sinceramente não sei...
...as lagrimas caem...