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quarta-feira, 31 de março de 2010

Óculos escuros


Chega com seus óculos escuros, sendo observado por mais de 50 pessoas, todas na expectativa de ouvir a sua voz.Ele começa a escrever no quadro e todos ansiosos para saber como ele é. Então a aula começa e da sua boca saem palavras de uma simplicidade que envolve a todos, vezes palavrões, que aqui é culturalmente utilizado.
Já se passaram alguns minutos, e a aula envolvente, eu na expectativa que tire aqueles óculos escuros, a aula continua, todos aprendendo com os seus exemplos que faz a sala cair na gargalhada, mas os óculos escuros parecem fazer parte da atração. Então chega ao fim mais uma aula dessa figura ilustre e na minha cabeça continua a |curiosidade em saber sobre aqueles óculos escuros, mas não foi dessa vez que descobrir.
Começa mais uma semana e a expectativa entre muitos é para assistir aquela aula que brinca com as palavras e nos faz aprender. Ele chega mais uma vez, com seu super astral para mais uma aula e os óculos escuros, agora parece - me fazer parte do seu corpo, continuam fixos e mais uma aula se inicia, todos sorrindo e aprendendo, aprendendo e sorrindo e eu continuo no meio da sala, meio escondida a observar esses óculos que tanto me incomodam, Hoje fui mais ousada, comecei a imaginar, fantasiar a importância daquela peça, comecei a juntar algumas de suas palavras e formular uma explicação.
Não tenho direito de querer saber tanto assim da vida de alguém, mas também não consigo conter a minha curiosidade, os incômodos óculos escuros agora revelam - se como um protetor, que esconde uma historia, uma vida sofrida de muitas quedas e vitorias, ( prestando atenção em algumas de suas palavras), os óculos escuros hoje são para mim como uma cortina que observo ansiosa para vê o que tem por trás.
Como queria ter coragem de perguntar o porquê da presença daquele instrumento, daquela membro do corpo.
Andando na rua e vendo alguns seres humanos mendigando o pão, me vem mais uma vez a imagem dos óculos daquele professor, que parecem procurar esconder algo, e o desafio de também tirar os meus óculos para melhor enxergar, para não mais ver e poder fingir que não vi, desejo agora usar colírio que tire essa trava da normalidade da desigualdade que é comum.
Daí me Senhor a coragem de tirar os óculos e usar colírio, que arda em meus olhos até que eu tenha a coragem de tomar uma atitude.

2 comentários:

  1. Menina, entendi sem entender, sabe pq? As vezes me sinto exatamente assim diante de várias situações que são muitas impostas pelo meu dia a dia. Mas gostei viu...

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  2. Obrigado, Patry! Vc possui um incrível veio artístico. Meus óculos escuros trazem um mistério, porém é mais misto, que tério. Eles me colocam, me expõem e me denunciam nos dois lados do mundo. Um escuro que eu simulo; outro que divisa as luzes pelos espaços desse aparelho. Por essas luzes, irradio minha alegria... E agradeço esse lindo texto por esse cara que é tão pequenino... Só tenho a agradecer. "Brigadão". Vlw!!!

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